domingo, 20 de setembro de 2009

Da (nao) companhia

Hoje depois de um almoço em familia, volto pra casa.
Diga-se de passagem, foi um bom almoço em família, como há muito nao presencio, nao sinto.

Chego em casa. Me vejo só em meu quarto. Internet. TV. Cama. nenhuma opçao me agrada.
Fica aquela leve angústia do nao saber com que completar meu doce domingo.
Começo a procurar musicas na internet após ver alguns clipes na MTV. Bonde do Rolê. Copacabana Club. Beck. Lilly Allen. Moby.
vou baixando e ouvindo.
Nada que despertasse em mim extase musical ou algo menos exagerado.
Acabo deitando na cama e adormecendo. Acordo achando que é noite, mas nao é.
Devo ter dormido uns 20 minutos no máximo.
Levanto, acendo a luz. Resolvo organizar o quarto. Jogar papéis fora. Por livros espalhados em alguma ordem.

Eis que derrepente alguma sensaçao me inquieta. Paro. Presto atençao nela.
Ela me diz algo a respeito de ter alguém. alguma companhia. Que no momento nao se há.
Mas nao é uma companhia qualquer. ninguem que me ajudasse a nao estar arrumando livros.
Ninguém que estivesse a me ajudar a desarrumar mais os livros. Talvez até fosse.
Mas eu sinto falta de uma companhia que estivesse por estar no meu quarto naquele momento. Nao que isso fosse a coisa mais estupenda do mundo, mas nao teria o porque de ser uma presença estupida.

Penso que poderia ter alguem só pra olhar os papéis por curiosidade boba antes de eu amassa-los e joga-los fora. Alguem pra dar palpite, mesmo que eu nao os ouvisse, sobre a (des)arrumaçao dos livros.

Penso ainda que esse meu desejo seria meio egoista. Talvez até seja. Mas essa pessoa nao estaria ali obrigada. Ela tambem estaria curtindo toda essa ideia ou situação besta. E talvez isso tudo nem seria refletido ou pensado. E talvez muito menos apreciado.

Isso tudo é meio estranho, porque eu acho que nunca tive esse tipo de sensaçao ou desejo tão aqui...

Ainda me surpreende o fato de experienciarmos a presença de determinadas sensaçoes, situaçoes, pessoas, lugares, com mais intensidade ainda quando essas nos faltam.
Esses paradoxos ainda me deixam meio perplexo, mas ao mesmo tempo estranhamente os entendo.