sexta-feira, 4 de junho de 2010

Então fui comprar um passarinho.
Resolvi isso de ultima hora.
Entao pergunto ao dono: o senhor tem algum pássaro pra vender?
Ele pergunta de volta se eu quero algum em especial?
Eu digo que não, apenas queria saber o preço e se tinha passarinho.
Ele diz que deve conseguir uns canários belgas pra semana, mas que no momento só tem um periquito. Na verdade uma periquita. Acredita ser fêmea.
Eu digo que vou querer levar.
Entao ele me pergunta se eu tenho gaiola em casa, e tem que ser de metal.
Eu digo que nao, mas que dou um jeito.
Enrola, enrola, diz q so vai me vender se eu tiver uma gaiola, pq senao eu vou jogar meu dinheiro fora.
Eu finjo ligar pra casa, me sinto ridículo, volto a loja e digo q tem uma gaiola de madeira, mas que vou providenciar a de metal.
depois de muito enrolar ele resolve me vender, desconfiado e preocupado que eu nao fosse dar chance ao bicho de fugir.
Eu digo que se o bicho conseguir fugir ele mereceu por ser esperto.
Ele diz que esses bichos nao sao espertos, simplesmente fogem, sao assim.
Nao digo nada.
Depois de muito custo, finalmente vai pegar o passaro, me explica antes que eu tenho q dar agua e comida, senao ele morre. e morre mesmo. tá me avisando.

Compro o passaro
chego na praça que imaginei. nao era como imaginava.
ando mais.
muitos carros passam. o bicho inquieta.
sossega. falo pra ele que nao vai demorar muito.

chego noutra praça, menor essa. nem imaginei.
começo a abrir a pequena caixa. calma, já vai.

tá aberta agora. Vai.
Ele vai. mal dá pra ver.
Nao teve poesia nem nada. apenas foi.
voou capenga e desengonçado
numa fraçao de segundos ele era mundo, nao sei nem se era vivo.
apenas foi